Tentando entender a palavra Amor





É incrível como na linguagem humana usamos as palavras do mesmo dicionário e as regras da mesma gramática para nos encontrarmos e nos separarmos...
As palavras nunca são só o que são. Por isso, às vezes não basta dizê-las; é preciso como que contá-las, explicá-las, mostrar o sentido…
Do exterior ao interior da realidade, eis o caminho da complexidade da linguagem, ou seja, da possibilidade de haver ambiguidade.
Uma palavra para dizer “pedra”, diz “pedra”. Uma palavra para dizer “cão”, diz “cão”. Mas uma palavra para dizer “amor”, “ódio”, “vingança”, “saudade”… já é uma palavra que quer contar uma história.
E o “problema” é que nenhuma história cabe dentro de uma palavra. Nem em mil!
Por isso é que é importante explicarmos às vezes uns aos outros o que queremos dizer com as palavras que usamos. Não todas, claro! Só aquelas que querem dizer as coisas mais importantes da Vida, porque essas são as que ficam sempre mais “curtas”.
As palavras ficam sempre “aquém” da realidade que querem dizer, tanto mais “aquém” quanto mais profunda for a realidade que queremos exprimir.
É neste misto de grandeza e fragilidade da nossa linguagem que hoje gostaria de compartilhar com vocês o que quero dizer com a palavra “AMOR”, tantas vezes repetida.
Não tenho dúvidas de que é o essencial da Vida, o eterno do que somos, o que dá Coração ao Homem, tornando-o Humano. Por isso, é o sempre procurado por todas as gerações humanas, nos seus muitos modos, nomes, caminhos e enganos…
Não existe um “órgão” específico para amar. Os sentidos têm órgãos receptores-emissores, mas para o “amor” não há órgão próprio. Porque é uma Experiência de Totalidade, é também na totalidade do que somos que nos tornamos
receptores-emissores.
Quando digo “amor” penso na seriedade de uma Vida em construção e na maturidade de pessoas a comungar na Vida como possibilitadores recíprocos de Felicidade.
Não acredito no “amor de Hollywood” como construtor do Coração e princípio de Sabedoria de viver. Não consigo aceitar que o “amor” seja apenas mais uma capacidade humana entre outras capacidades.
O correto é dizer que o “amor” é a capacidade da Humanização; por isso, é a possibilidade para todas as capacidades humanas.
O “amor” é a capacidade de ser Pessoa! Por isso, é princípio de todas as capacidades pessoais.
Ser pessoa é construir-se pessoa. O Homem está chamado e capacitado a tornar-se Humano. A Humanização é uma “Amorização”. Na medida em que experimentamos o “amor” de alguém, somos capacitados a amar e a acolher
mais perfeitamente o “amor” de outros.
O “amor” não é uma presença preexistente e imutável em nós que depois se pode exercer ou não. É uma aprendizagem que se faz em relações. Tornamo-nos capazes de amar na medida em que somos amados. Por isso, tornamo-nos pessoas na medida em que os outros o são conosco.
Nascemos e renascemos sempre de encontros com pessoas. Assim como os nossos desencontros e falhas no “amor” nos sabem sempre a pequenas mortes que temos que enfrentar.
Este “amor” de que falamos como Experiência de Totalidade que tem a ver com a própria motivação e sentido para viver torna-nos capazes de atitudes bem concretas.
São aquelas que se aprendem na “escola das relações concretas”, e nunca numa folha de papel…




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